07/10/2009

Opiniões


Cada vez mais encaro a blogosfera como um mundo voyerista.


Os blogs que fazem mais sucesso caracterizam-se acima de tudo pela exposição do dia-a-dia, daquilo que corre mal, daquilo que corre bem, dos amores, dos desamores e acima de tudo muito sexo.



[E eu contribuo muito para o seu sucesso :P Pois também ando sempre lá a cuscar]

E isso faz-me recear que as pessoas se interessem mais pelas coisas que lêem na net do que em estar com os seus amigos ou mesmo em que se interessem mais pela Net do que fazer amigos de carne e osso, daqueles a quem podemos abraçar quando tudo se está a desmoronar.


E aquilo que constato é que os blogs com mais sucesso são aqueles em o/a bloguer se declara publicamente como uma pessoa muito aberta, que adora sexo e há até algumas, as mais arrojadas, que se confessam orgulhosamente ninfomaníacas para agrado de muitos que por aqui se movem...


E eu imagino e se no dia-a-dia conseguem assumir a mesma atitude ou são só personagens?! Enfim...


E no meio disto tudo Blogs como este, este e este passam um pouco desapercebidos... Será mesmo que a blogosfera tornou-se em mais uma plataforma de engate?!


E ainda no meio disto tudo criam-se tendências até ao nível da fotografia... O que importa é cativar, mostrar um pouco... a maioria das vezes uma foto do perfil da cara, outras vezes das pernas, há até quem tire fotos bastantes sugestivas sejam elas de Trás ( LOL) ou apenas de cima, mas claro sempre mostrando os melhores atributos.


Enfim mundo fútil este em que vivemos.

Parece cada vez mais difícil resistir no meio de tanta futilidade... Que alguém dê força aos que se vão aguentando.


E em jeito de remate e porque isto da blogosfera não é assim tão grande... Quando um amigo do papá ou da mamã de uma dessas ninfomaníacas assumidas a reconhecer pela foto quero ver o que ela diz... LOL


[Nunca consigo arranjar uma foto gira... Não sei mesmo como conseguem os outros blogueres...]

5 comentários:

Anónimo disse...

Adorei este teu post Su!
De uma forma clara e objectiva caracterizas e defines os traços gerais da blogosfera!
Também eu, tal como tu, acho piada a esse genero de blogues e dou a minha passada de olhos de vez enquando!!
É giro mas serve essencialmente para distrair e abstrair! Sendo certo o que de melhor retiro deles cada vez que por lá passo é o facto de sentir que afinal ainda preservo uma sanidade mental apreciável...
Só alguém com muita necessidade de afirmação elabora e publica posts a puxar para o ninfomaniaco com fotos que mostram partes mais intimas do corpo ou coisas desse genero! Para essas ninfo ou auto-declarados machões só me ocorre um pensamento... se fossem assim tão vidrados em sexo... o que fazem tanto tempo em frente ao computador?!
Hmmm... é a minha veia de advogada a pular mais forte, mas não consigo deixar de duvidar da veracidade dessas declarações.
Existe outra coisa que também gostaria de realçar no teu post e sobre a qual estou inteiramente de acordo contigo que é o facto de nos dias que correm ser socialmente interessante alguem que se declare ninfo... doidos por sexo... com vidas loucas, sexual e socialmente desiquilibradas!
A sério... sabem ao menos que o ninfomanismo é uma doença, nomeadamente um disturbio psicologico?! Ninfomanismo não passa de uma compulsão por sexo, assim como existe a compulsão por comidas, bebidas e etc.
No fundo considero que o fenómeno a que assistimos aqui não é o de compulsão por sexo, mas sim de compulsão por viver!
Se estas pessoas tivessem mais vida perceberiam rapidamente que mais e melhor do que assumir-se como ninfomaniaco é assumir-se como um amante da vida e de todos os prazeres que a mesma tem para nos dar!

JP disse...

Cada um preenche a sua vida como melhor entende, e foi com muito desagrado que - e já o disse várias vezes - vi uma plataforma de escrita e expressão livre como os blogs, em particular este serviço que nós utilizamos, o Blogger, como uma espécie de hi5.

Para mim, um blog continua a ser um exercício livre de expressão e de escrita. Permite a partilha de música, de vídeos, de fotos, de outros e nossas. Permite a partilha de textos sobre todos os temas e permite a partilha sobre certos aspectos da nossa vida, sem revelar muito ou revelando tudo. Eu já revelei muito sobre mim por escrito, o que pode ser bom ou mau, mas já não tenho paciência para escrever coisas "de jeito" num sítio onde o virtuoso deu lugar ao "mastiga-e-deita-fora" e onde uma foto de uma pessoa bonita cativa mais do que um espaço divertido e interessante.

Vou guardando a prosa em mim, em textos soltos que um dia posso vir a publicar ou a partilhar, e, quem sabe, talvez numa história grande, com pés e cabeça, que edite em formato livro para oferecer aos amigos todos.

a Gaja disse...

eu ainda estou a descobrir que tipo de blog tenho, para não dizer que é mais um genero de diario de bordo assim par ao confuso, digo isto, porque a maioria das pessoas que me conhece diz que escrevo por codigo.
no entanto, prefiro mil vezes um dos nossos almoços/lanches/jantares/caminhadas ao blog. Prefiro mil vezes o contacto humano a esta coisa de net e tal...

Dexter disse...

Não deixo de sentir que este post me veste a carapuça. No entanto, nunca chamei ninguém p lá, e smp mantive o mesmo estilo de escrita - parvo.

No entanto, acho que cada um escreve o que quiser e bem lhe apetecer, ninguém tem nada com isso. E obviamente, só lê quem quer.

Se eu escrevo o que escrevo é pq me sinto bem com isso e é isso que quero escrever. Podia tentar escrever coisas mais sérias e úteis mas p isso já me basta o meu dia a dia profissional. Preciso de desanuviar e de aparvalhar e uso o blog para isso mesmo.

Agora se vão lá ou deixam de ir é com as pessoas...

X-Wife disse...

Dex
com este post não quis visar nenhum blog em especial.

O que quis exaltar foi apenas o meu receio da alienação das pessoas da vida real.

Porque me parece que determinadas pessoas se agarram aos blog, ie, posts e comentários, como se não tivessem mais nada para fazer e é isso que me assusta.

Falamos muitas vezes que as gerações mais novas do que nós são perfeitas anormais, mas não será a nossa geração a primeira a perder o sentido daquilo que é mesmo importante?